Casamento de dia na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre
Morgana e Jorge
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Tudo o que sei da história da Morgana e do Jorge é que eles se conheceram por facebook "há muito tempo", como dito pela noiva. Há pouco mais de um ano eu fui contratada pelo Jorge para registrar o pedido de casamento surpresa na Orla do Guaíba, e dessa vez eles me chamaram para registrar o casamento religioso.
Ele é mexicano. Ela, brasileira, gaúcha, natural de São Sebastião do Caí. Poucos meses depois do pedido de casamento, casaram no civil no México, porém, como os avós da Morgana não tem mais condições de viajar longas distâncias devido a idade avançada, o casal resolveu casar também no Brasil, em uma cerimônia religiosa super íntima. Do lado do noivo, vieram do méxico os pais, irmão e cunhada. Da família da noiva, participaram os pais, irmã, cunhado e os 4 avós.
Era manhã de sábado. 17 de fevereiro de 2024, primeiro sábado pós carnaval.Todos chegaram à igreja juntos em uma van, inclusive noivo e noiva, que abriram mão da clássica "surpresa" do primeiro encontro. A igreja escolhida pela noiva foi aquela que ela costumava frequentar durante o tempo em que morou em Porto Alegre, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição. O buquê da noiva foi feito pelo seu pai, com flores coloridas colhidas por ele, combinando com o véu floral escolhido "para dar um pouco o clima do carnaval", brincou a Morgana.
A cerimônia foi linda e emocionante. Ao término, os avós maternos receberam uma benção pelos mais de 60 anos de casados que completam neste mês. Até aqui já teríamos peculiaridades suficientes para considerarmos o casamento da Morgana e do Jorge bem diferente do tradicional, mas na verdade as maiores surpresas ainda estão por vir.
Era próximo do meio dia quando saímos da igreja, e o dia perfeito da Morgana e do Jorge estava só começando. Atravessamos a rua e, enquanto o irmão e cunhada do noivo buscavam um chinelo para aliviar a dor nos pés da noiva, o pai dela foi antecipando os pedidos do almoço no cachorro quente do R. (o verdadeiro cachorro quente do Rosário). Na infância, o pai da Morgana a trazia à Porto Alegre para comer esse mesmo cachorro quente sempre que algo muito bom acontecia. Era a forma de celebrar, por exemplo, boas notas na escola. Desta vez, o mesmo clássico cachorro quente foi a forma de celebrar a união do casal. Sentados em cadeiras de praia em plena praça pública, ao som alegre de mariachis, todos (inclusive o padre) almoçaram, se labuzaram, riram e dançaram.
Entramos na van e a próxima parada já estava programada: Igreja Nossa Senhora das Dores. O Jorge prometeu à Morgana que quando casassem desceria as escadarias da igreja com a esposa no colo e, como promessa é dívida, lá fomos nós 3, pular o muro da igreja (que estava fechada no dia) registrar também esse momento peculiar. De lá, seguimos para o Lola, no terraço do CCMQ, onde todos brindariam ao casamento. Por fim, registramos um "banho de arroz" improvisado pela irmã da noiva na saída da Casa de Cultura. A família entrou na van para retornar a São Sebastião do Caí, e eu encerrei o meu trabalho com a certeza de que eu fui a fotógrafa certa para registrar o casamento desse casal especial.